quarta-feira, 2 de outubro de 2013

RARA VITALIDADE- (SEM IDEIAS)

Tava sentado a tentar estudar, fadiguei-me um pouco, buscava em mim ideia para o que fazer! Lembrei-me do meu blog e encontrei-me sem tema e ideia sobre o que escrever...
Meti-me a ouvir Michael Jackson abri o meu facebook, vi muitas pessoas online e pensei; não conheço 50% delas(e), pessoas, que se nos cruzássemos na rua, de certeza que, se, nos lembrássemos daquelas pessoas íamos passar pelas mesmas sem querer saber ou até mesmo dar importância, simplesmente ignorando sem reconhecer o valor humano.


Lembro-me de um dia, tava a fazer uma pequena ilustração sobre a amizade eu dizia que entre os nossos amigos era importante figurar uma pessoa de certa idade avançada e uma criança. O senhor de idade para nos ensinar a prudência, a sabedoria e a criança para nos mostrar a alegria e a espontaneidade. Quando temos a sensação de estarmos presos é porque, de fato, estamos amarrados aos nossos papéis sociais, às expectativas que as outras pessoas têm de nós, ao controle que queremos exercer sobre os outros, porque perdemos a nossa espontaneidade.


A vida, por definição, é solta, livre e natural. E essa naturalidade é a base de uma pessoa feliz. À medida, porém, que somos educados, aprendemos a reprimir as nossas emoções e os sentimentos, formalizamos o contacto com o mundo e, nos tornamos pessoas premeditadas. E aí nós nos perdemos, enquanto seres que estamos na existência para celebrá-la, usufruindo a misteriosa e prazerosa relação entre nós e o mundo. É quando a imagem que o outro tem de nos é mais importante que nosso prazer corporal. É quando gastamos enorme energia não para sermos o que somos, mas o que os outros esperam de nós.

Toda repressão começa com o medo do que os outros vão pensar a nosso respeito e o medo do castigo decorrente disto, principalmente o perigo da rejeição. Aí a representação ocupa o lugar da vida. Nós nos tornamos actor e nos apegamos excessivamente às nossas máscaras sociais: pai, mãe, chefe, rico, pobre, mulher, homem, professor, marido, esposa, adolescente, etc.

Quanto mais reprimimos os nossos sentimentos para nos adequarmos a estas “personagens”+ perdemos em individualidade, + sacrificamos o desenvolvimento natural e o fluir harmonioso do nosso aparato corporal, tão necessários à nossa felicidade. A palavra personagem vem do latim: persona que significa máscara. A pessoa neurótica é aquela que vive se escondendo atrás de máscaras, de papéis, cujo objectivo é protegê-la dos outros,

Antes que mulher, que homem, que adolescente, que negro, que chefe, que pobre, que esposa, que mãe, que filho nós somos GENTE. As necessidades naturais do ser humano devem ser atendidas prioritariamente, antes que as necessidades criadas pelos seus papéis sociais. Vivemos em uma sociedade extremamente ligada à imagem. E devemos cuidar da nossa imagem perante as outras pessoas. Devemos “vender” uma boa imagem no mundo dos negócios, no mundo público, na sociedade mais ampla. Mas isso não pode se tornar o esforço fundamental de nossa existência, a ponto de nos tornarmos escravos desta imagem e nos fragmentarmos, de todas as formas, para atendermos às expectativas dos nossos roteiros sociais. O grande psicólogo Frederick Pearls, da Gestalt-terapia, costumava preceder as suas sessões de terapia com a leitura do seguinte texto:

Eu sou eu e você é você.

Eu faço minhas coisas e você faz as suas.

Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas e nem você está neste mundo para viver de acordo com as minhas

Eu sou eu e você é você.

Se nos encontrarmos assim, será lindo, maravilhoso, é o amor.

Se não, o quê que eu posso fazer?

A vitalidade humana, a fluência maravilhosa da vida acontecem quando as nossas energias emocionais são claramente expressas. Ter consciência das nossas emoções, quaisquer que sejam elas, consentir, humildemente, nelas e expressá-las da nossa maneira é o primeiro passo para relações espontâneas, naturais e amorosas. Amor e intimidade estão juntos.

O formalismo distancia. Há momentos para a formalidade na nossa vida social, mas precisamos de muitos momentos sem amarras, sem protecções, sem estarmos prevenidos. A vida é para ser vivida e não para ser representada. Ser livre é assumir inteiramente nossos choros, nossas tristezas, nossas raiva e, sobretudo, nosso AMOR.

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