terça-feira, 22 de maio de 2012

Para ti, o que é ser criativo?

Quem estuda o assunto diz que a produção criativa não pode ser atribuída exclusivamente a um conjunto de habilidades e traços da personalidade do criador. É preciso levar em conta o contexto social, histórico e cultural que influencia a capacidade inventiva. Para Mihaly Csikszentmihalyi, professor de Psicologia e Educação da Universidade de Chicago, é mais fácil desenvolver a criatividade das pessoas mudando as condições do ambiente, do que tentando fazê-las pensar de modo criativo.

Membro da Academia Nacional de Educação e da Academia Nacional de Ciências do Lazer dos EUA, Csikszentmihalyi diz que a criatividade não está dentro dos indivíduos, mas é resultado da interacção entre os pensamentos do sujeito e o contexto sociocultural. Ele afirma que a criatividade deve ser compreendida não como um fenómeno individual, mas como um processo sistémico. Na tua avaliação, é um processo que resulta da intersecção de três factores: o indivíduo, que traz uma bagagem genética e experiências pessoais; o domínio da cultura ou de parte dela, que se traduz num conjunto de regras e procedimentos simbólicos estabelecidos entre os pares de uma comunidade; e o campo, ou seja, a sociedade, que tem a função de decidir se uma nova ideia ou um produto é ou não criativo.

A concepção encontra eco na Psicologia do educador Lev Vygotsky. Para o teórico russo, o processo de constituição do sujeito é, inexoravelmente, social. Neste sentido, a actividade criadora é mediada pelo entorno histórico, social e cultural. O indivíduo é capaz de criar a partir dos/nos encontros que estabelece com outros sujeitos, encontros mediatizados pelas possibilidades e limites das relações sociais em cada momento histórico.

De acordo com Vygotsky, a actividade envolve diversos processos psicológicos, entre os quais se destacam: a percepção de determinados aspectos da realidade e a acumulação, pela memória, dos elementos mais significativos; a relançarão desses elementos por meio da fantasia, processo no qual estão presentes tanto a cognição quanto a vontade e o afecto; e a objectivação do produto da imaginação, que, ao materializar-se na realidade, traz consigo uma nova força, que se distingue pelo seu poder transformador frente à realidade da qual partiu.

Para o sociólogo italiano Dome nico De Masi, hoje mais do que nunca, o ser humano tem mais tempo para desenvolver a sua própria criatividade, já que dispõe de uma infinidade de tecnologias que substituem o trabalho. “Em Atenas, na era de Péricles, havia 40 mil homens livres, 20 mil estrangeiros naturalizados e a 350 mil escravos. Cada homem livre tinha, entre escravos, esposas e donas de casa, oito ou nove pessoas à sua disposição. Actualmente, para fazer o que essa gente toda fazia, temos lava-louças, máquinas de lavar, elevadores, telefones…”, afirma.

É neste mundo globalizado e mediado pelas tecnologias que a criatividade dos indivíduos vem cada vez mais sendo requisitada. Seja em casa ou no trabalho, se busca de todas as maneiras novas formas de agir, de pensar e de actuar. Ser criativo é pré-requisito no amor, no trabalho, na criação dos filhos, na escola, na relação interpessoal, na vida. Às vezes, é a chave para conseguir sobreviver num mundo caótico e de poucas oportunidades. Não é à toa que as livrarias oferecem livros de auto-ajuda que ensinam o caminho para potencializar a criatividade. Sim, há dicas – e várias – de como o indivíduo pode maximizar o seu poder de criação.

Há quem diga que num mundo saturado de imagens, textos e sons, a criatividade vem da desinformação e da deformação. Outros questionam se a originalidade é necessária. É possível ser criativo a partir do que já aconteceu ou existiu? Carlos Drummond de Andrade ensinava, ironicamente, que o desenvolvimento da originalidade possui algumas etapas, a primeira das quais é imitar os modelos clássicos, e a última: imitar-se a si mesmo até a morte!

No campo da produção artística, o debate é polémico. Ainda mais quando envolve a questão da propriedade intelectual. Na sociedade contemporânea, na qual, em principio, todos os indivíduos têm a oportunidade de produzir, reconstruindo e reinterpretando as narrativas, e onde se convive com a sensação de que tudo já foi criado, como ser criativo? Quem é o autor? De onde vem a criatividade?
A criação se torna mais fácil? Mais desafiante? Para estas questões, sem dúvida alguma, há respostas que levam a outras indagações. O debate é instigaste e provocativo.

E para você: o que é ser criativo?

Qual é a tua avaliação?

sexta-feira, 18 de maio de 2012

SIMPLICIDADE DAS COISAS

Hoje em dia a sociedade (cada vez mais consumista) tem um enorme impacto naquilo que queremos para conseguirmos a tão necessária felicidade: dinheiro, uma casa de luxo, um carro topo de gama..... enfim inúmeras coisas que satisfazem o nosso desejo premente de sermos bem sucedidos naquilo que achamos que os outros valorizam em nós.
Pergunto: Serão essas as coisas que nos satisfazem plenamente?
Penso que não (mas isso sou eu na minha simples interpretação da vida)....
Acredito na simplicidade das coisas, isto é, um sorriso ao nosso lado ao acordarmos, um gatinho enroscado no nosso colo, um abraço quando necessitamos, um beijo quando o pedimos (até mesmo quando não pedimos).... acredito que são essas as coisas que nos preenchem verdadeiramente...
Atenção, não quero com isso dizer que dinheiro, uma casa e um carro não sejam necessários, apenas creio que a simplicidade das coisas é aquilo que permanece intacto na nossa memória...
Proponho um exercício para me fazer entender: quando pensas naquilo que te faz feliz é do teu carro que te recordas ou das coisas que com ele fizeste? (dos carinhos trocados com o/a namorada, das brincadeiras com os amigos...) É o dinheiro que te faz feliz ou o facto de com ele poderes alegrar alguém? É para a tua casa que regressas depois de um dia de trabalho ou para quem está nela para te receber de braços abertos?

Muitas são as pessoas que com enorme alegria fizeram parte da nossa vida, hoje estão em lugares muito distantes que quando passamos pelo Facebook ou uma outra rede social a vimos e logo pensamos posa olha o João  a Maria, quanto tempo, nunca +, deixamos logo um pedido de amizade para tentarmos matar a saudade daquela pessoa tão querida que foi para nós, enchemos a cronologia da mesma cheia de sms a expressar a saudade e a falta que aquela pessoa proporciona  por lembrar o tempo que foi bom ter elae do meu lado. Muitas são as recordações somente boas que nos marcam naquele exacto momento.

Tenha dois ou três afazeres e não cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia... No meio desse mar agitado da vida civilizada há tantas nuvens, tempestades, areias movediças e mil e um itens a considerar, que o ser humano tem que se orientar - se ele não afundar e definitivamente acabar não fazendo sua parte - por uma técnica simples de previsão, além de ser um grande calculista para ter sucesso. Simplifique, simplifique.  No mar da vida, sede sempre independentemente da distancia aquela pessoa querida e especial para todas aquelas pessoas que fizeram e que farão parte da tua vida, dos bons e maus momentos.Não mude por acaso ou por alguém, mude para consertar os erros que magoarão grandes amizades.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Qual é o meu preço a pagar'???

Às vezes não alcançamos o que desejamos porque nem sempre estamos dispostos a pagar o preço daquilo que queremos, tudo na vida tem um preço e o preço vai de acordo ao que queremos. Se queremos uma casa teremos que pagar o preço que ela vale, e ela vale de acordo ao que ela é, se é mansão, em um condomínio de luxo ela terá um preço, se a casa é na periferia ela terá outro preço, cada coisa tem o seu preço, o importante é saber se estamos dispostos a pagar pelo que queremos.

Após a queda do homem' Deus disse a Adão que ele comeria do suor do seu rosto (Génesis 3:19), ou seja o pão teria um custo, o ser humano teria que suar o rosto para adquiri-lo. Assim também é na vida espiritual, Jesus nos dá de graça, porém há um preço para conquistá-la e o preço é a renuncia diária da nossa vontade própria para a realização da vontade de Deus. Se não houver essa renuncia diária colocamos em risco a nossa salvação, assim como a casa que compramos se não à pagamos, corremos o risco de perdê-la, o mesmo acontece quando se trata da nossa salvação.

O sacrifício é o menor caminho entre o que queremos e a conquista. Assim foi com o próprio Criador, Ele tinha o desejo de salvar a humanidade, Ele poderia enviar um anjo, sacrificar outras pessoas, mas se Ele houvera feito isso, Ele não teria feito um sacrifício real e verdadeiro, ou seja, não valeria o que Ele realmente queria.!

E é justamente isso o que muitas vezes fazemos. Às vezes queremos pagar o preço que queremos e não o preço que realmente vale, queremos dar aquele jeitinho nas coisas, e por isso muitas vezes o nosso sacrifício torna-se vão, e não alcançamos o que queríamos nos frustramos e reclamamos, muitos até se apartam .

O preço do que Deus queria era alto, somente o sacrifício do Senhor Jesus poderia pagar o preço da salvação da humanidade. Deus fez a maior de todas as ofertas, semeou a maior de todas as sementes a vida do Seu próprio filho, queria receber em suas mãos a vida de milhões e milhões de filhos espalhados em todo o mundo.Que dádiva linda!!!
Quando o ser humano deixa de olhar para o preço a pagar e passa a olhar somente para aquilo que quer, com certeza conquistará os objectivos. Deus não olhou para a sua oferta, para o sacrifício olhou  sim para as vidas que o aceitariam e o adorariam eternamente.

Jesus teve que derramar o seu sangue, ser o cordeiro de Deus para a salvação da humanidade, o sangue foi derramado porque sangue é vida, o preço a pagar é assim derramamos o sangue, não o sangue literal que corre nas veias, mas o sangue da dor, da renuncia, da humilhação, da solidão, muitas vezes da perda de algo o de alguém que queremos ou amamos muito.
Veja abaixo alguns exemplos de quem obteve conquista através de sacrifícios:

Noé pagou o preço construindo durante cem anos a arca que traria a salvação para si e para a sua família.

Abraão pagou o preço deixando a sua família e a terra que vivia para ganhar uma família nova e muito maior, tornando-se o pai da fé de uma numerosa nação.

Jacó pagou o preço trabalhando 14 anos pelo amor da mulher que amava.

José pagou o preço sendo preso, sofrendo humilhações e injustiças para depois tornar-se o segundo homem mais importante do Egipto.

Josué pagou o preço colocando sua vida em risco quando entrou na terra prometida, por isso foi escolhido como sucessor de Moisés.

Ana pagou o preço da sua vida oferecendo, se engravidasse, o seu filho no altar do Senhor pra sempre e com isso Deus a honrou, gostou do que ouviu e fez de Samuel o maior de todos os profetas.

Rute pagou o preço, optando por seguir a sogra a uma terra que não conhecia ao invés de regressar para sua terra, porém o Senhor a honrou com um glorioso resgatador e esposo chamado Boaz.

O Senhor Jesus, o maior de todos os profetas, pagou o preço na cruz, derramando o seu sangue e doando a sua vida por mim e por você!. Por Ele, vale a pena pagarmos o preço!!

Pense Nisso.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Movimento de Mulheres!...

A história de luta e organização das mulheres trabalhadoras vem se construindo e fortalecendo junto com a história da humanidade. Basta olharmos o que foram as guerras, a constituição dos povos, a participação das trabalhadoras e trabalhadores na sociedade, a conquista de direitos básicos das pessoas.

Muitas iniciativas, envolvendo algumas mulheres aconteceram para quebrar preconceitos e violências na casa (espaço privado), nas lutas sociais (espaço público), entre outras. Algumas destas lutas deram origem a movimentos e entidades feministas, de grande contribuição para o avanço da emancipação das mulheres.

Nos anos da década de 1980 se consolidaram diferentes movimentos de mulheres nos estados, em sintonia com o surgimento de vários movimentos do campo. Nós trabalhadoras]res ]rurais construímos a nossa própria organização. Motivadas pela bandeira do Reconhecimento e Valorização das Trabalhadoras]res] Rurais, desencadeamos lutas como: a libertação da mulher, sindicalização, documentação, direitos providenciaros providenciados(salário maternidade, aposentado ria,...),participação política entre outras.

Com este processo, sentimos a necessidade de articulação com as mulheres organizadas nos demais movimentos mistos do campo. Em 1995, criamos a Articulação Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, reunindo as mulheres dos seguintes movimentos: Movimentos Autónomos, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, Pastoral da Juventude Rural - PJR, Movimento dos Atingidos pelas Barragens – MAB, alguns Sindicatos de Trabalhadores Rurais e, no último período, o Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA.

Este processo de articulação dos movimentos de mulheres e das mulheres dos movimentos mistos foi marcado por :


"D" Jullian


Celebração de datas históricas e significativas como o dia 08 de Março, Dia Internacional da Mulher; 28 de maio, Dia Internacional de luta pela saúde da mulher; 12 de Agosto, dia nacional de luta das mulheres trabalhadoras rurais contra a violência no campo e por Reforma Agrária; 7 de Setembro, Grito dos Excluídos,...


Lutas: a continuidade e ampliação dos direitos previdenciários, a saúde pública, novo projecto popular de agricultura, reforma agrária, campanha de documentação...


Formação: política – ideológica, direccionada aos diferentes níveis da militância e da base.


Materiais: elaboração e produção de cartilhas, vídeos, panfletos, folhetos e cartazes como instrumentos de trabalho para a base e para as lutas.

Toda esta bagagem trazida pelos movimentos autónomos de mulheres, associada aos demais movimentos, reafirmou a luta das mulheres em dois eixos: Género e Classe. Somos mulheres que lutamos pela igualdade nas relações e pertencemos à classe das trabalhadoras e trabalhadores. Nessa trajectória de luta e organização das mulheres camponesas foi sendo construída uma mística feminina, feminista e libertadora, cujo conteúdo se expressa no Projecto Popular que o Movimento está comprometido que articula a transformação das relações sociais de classe com a mudança nas relações com a natureza e a construção de novas relações sociais de género Essa mística se expressa em símbolos do movimento e, ao mesmo tempo na práxis colectiva do movimento, quanto das mulheres camponesas inseridas nele.

Aos poucos, os movimentos de mulheres foram se fortalecendo nos estados, avançando nas lutas específicas e gerais, na organização da base, na formação de lideranças e na compreensão do momento histórico em que vivemos. A partir desta leitura e movidas pelo sentimento de fortalecer a luta em defesa da vida, começamos a potencializar e unificar o movimento autónomo para ter expressão e carácter nacional.

Depois de várias actividades nos grupos de base, municípios e estados e com a realização do Curso Nacional (de 21 à 24 de Setembro/2003), que contou com a presença de 50 mulheres, vindas de 14 estados, representando os Movimentos Autónomos, apontamos os rumos concretos do movimento como também decidimos que terá o nome de: Movimento de Mulheres Camponesas.

Fizemos debates sobre a categoria camponês que compreende a unidade produtiva camponesa centrada no núcleo familiar a qual, por um lado se dedica a uma produção agrícola e artesanal autónoma com o objectivo de satisfazer as necessidades familiares de subsistência e por outro, comercializar parte de sua produção para garantir recursos necessários à compra de produtos e serviços que não produz.

Neste sentido, mulher camponesa, é aquela que, de uma ou de outra maneira, produz o alimento e garante a subsistência da família. É a pequena agricultora, a pescadora artesanal, a quebradeira de coco, as extrativistas, arrendatárias, mediras, ribeirinhas, poceiras, bóias-frias, diaristas, parceiras, sem terra, acampadas e assentadas, assalariadas rurais e indígenas. A soma e a unificação destas experiências camponesas e a participação política da mulher, legitima e confirma no Brasil, o nome de Movimento de Mulheres Camponesas.

Constituir um movimento nacional das mulheres camponesas se justifica a partir da certeza de que “a libertação da mulher é obra da própria mulher, fruto da organização e da luta”, e também:


porque nossa militância se constitui como uma sementeira no processo de recuperação e construção de novas relações, valores e princípios apontando, para a vivência de novas práticas cotidianas;


pela nossa capacidade de fortalecer e ampliar o trabalho de base nos diferentes Estados do Brasil;


porque exercitamos a prática do estudo, da formação, da organização, e do trabalho de base, reforçando a luta, para além de nossos estados e municípios e com maior intensidade do que vínhamos fazendo até aqui;


temos o acúmulo necessário, obtido pela experiência do enfrentamento com o modelo neoliberal que produz, ao mesmo tempo, a opressão de gênero e a exploração de classe que fere a dignidade de mulheres e de homens, jovens e idosos, negros, brancos e indígenas;


porque nós, mulheres camponesas, temos a capacidade de decidir e dirigir nossas ações;


porque temos capacidade de articulação com amplo campo de entidades e movimentos que lutam, acreditam e possuem identidade com o Projeto Popular. Entendemos que entre os movimentos aliados há uma unidade de valores, princípios e lutas que foram sendo construídas historicamente por mulheres e homens;


porque queremos continuar no campo, produzindo alimentos, preservando a vida, as espécies e a natureza, desenvolvendo experiências de um Projetoagroecologia, da preservação da biodiversidade, do uso das plantas medicinais, da recuperação das sementes como patrimônio dos povos a serviço da humanidade, da alimentação saudável como soberania das nações, da diversificação da produção, da valorização do trabalho das mulheres camponesas.


Através da unidade nacional daremos visibilidade às ações e lutas das mulheres que está em permanente construção.


Porque entendemos que é necessário avançar na continuidade das lutas específicas e gerais, enfrentando o sistema neoliberal e ao machismo que explora as mulheres e a classe trabalhadora;


Queremos avançar no processo de formação e construção de nossa identidade enquanto mulher, enquanto camponesa e enquanto Movimento Social. Fortalecer e ampliar a história de luta das mulheres trabalhadoras do Brasil, América Latina e mundial.