sexta-feira, 16 de março de 2012

A DIVERSIDADE HUMANA...

Define-se o ser humano como sendo um ser complexo dotado de inúmeras capacidades, contudo, embora sejamos “idênticos” em diversos aspectos, em muitos mais somos distintos pois existe no ser humano uma diversidade a nível biológico, cultural e individual. Somos biologicamente diferentes uns dos outros porque temos um genoma que varia de pessoa para pessoa (excepto em gémeos homozigóticos, que são aqueles que resultam do desdobramento do ovo). A passagem da informação genética dá-se de pais para filhos e os agentes responsáveis são, efectivamente, cromossomas (longos filamentos enrolados, constituídos quimicamente por ADN), genes (segmento de um cromossoma a que corresponde um código genético) e ADN (ácido arteriosclerótico, constituído por duas cadeias enroladas que são compostas por quatro bases azotadas, a timina, a guanina, a citosina e a amenina). Por conseguinte podemos afirmar que a informação genética transmitida vai ser diferente em  todos os seres vivos, excepto o caso que já mencionei e por tal somos todos geneticamente diferentes uns dos outros.
O ser humano é também diferente no que toca ao seu cérebro. Os nossos cérebros são fisicamente diferentes uns dos outros, no entanto o processo de individualização ultrapassa as definições genéticas, visto que as experiências vividas pelos indivíduos ao longo da sua vida desde a fase intra-uterina marcam as estruturas do cérebro, resultando disso essa singularidade que nos caracteriza.
Podemos também dizer que somos dotados de uma diversidade cultural porque sem a cultura, sem as possibilidades de desenvolvimento que nos proporciona o crescer num contexto cultural particular, seríamos seres incompletos, inacabados. Nascemos, crescemos e vivemos em contextos socioculturais muito variados. É nestes que se desenvolve, em interacção uns com os outros e com os diferentes ambientes e situações a aprender, a capacidade de criar e de transformar subjacente ao processo de adaptação. O processo de integração numa sociedade e cultura particular, indispensável para todos nós, faz com que a diversidade cultural, dos contextos socioculturais onde nos inscrevemos, se traduza em formas distintas de estar, pensar, de ser e de nos comportarmos.
Por último e, na minha opinião, em posição mais importante está a nossa diversidade a nível individual. Sobre isto nós responderíamos, à prior, que sim, que todos somos diferentes e no que diz respeito ao foro pessoal a diversidade ainda se torna mais visível mas, o que maior parte de nós não tem noção sequer é que é essa mesma diversidade que se torna muito importante para a nossa adaptação e para o respeito e compreensão que devemos ter pela diferença. Somos seres autónomos e auto-determinados, porque somos capazes de escapar tanto a uma determinação biológica como a uma determinação sócio cultural. A influência das práticas e dos significados socioculturais interage com a singularidade do nosso corpo, do nosso ponto de vista e da nossa experiência do mundo. É nesta dimensão pessoal, que é construída sempre com referência a um certo contexto, que se enquadram os significados e valores que atribuímos às pessoas e às coisas.
Então, e por tudo isto que mencionei, somos diferentes sim e a vários níveis como é perceptível, mas, agora a pergunta que paira na cabeça das pessoas é: “Qual a importância e as respectivas vantagens da diversidade humana?”.
Ora bem, sermos diferentes traz vantagens inerentes sendo uma delas a aceitação pelo o que é diferente (nem sempre isto acontece, é verdade, mas pelo menos deveria acontecer). O que eu quero com isto dizer é que, ao sermos capazes de reconhecer as diferenças entre nós passamos a estar mais aptos a aceitá-las e a respeitá-las porque, como todos nós bem sabemos, existem determinados grupos, minorias como imigrantes, homossexuais, pobres que são alvo de desrespeito devido á sua diferença. Não arriscaria dizer que agora já não há qualquer tipo de desrespeito, porque há, mas regista-se em proporções e com consequências bem menores - agora as coisas são diferentes. São cada vez mais comuns os estudos e os textos científicos em que se procura incluir algo comprovável sobre diversas populações, mas não basta incluir a diversidade nos estudos porque é preciso que estes sejam sensíveis à população que estudam e que evitem formas de “imperialismo cultural”, onde é  imposta uma visão estranha a essa população.
Para desenvolvermos as nossas capacidades e potencialidades enquanto seres humanos autónomos e livres, precisamos de crescer e de viver em meios que nos permitam exercer e praticar essas capacidades de autonomia e de liberdade; precisamos de nos sentir apoiados, compreendidos, respeitados, desafiados até. Por tal, outra vantagem da diversidade humana surge; a de tornar um mundo num lugar mais justo e igual, sendo esta última palavra que mencionei estranha, pois pessoas diferentes e mundo igual seria algo impensável, incompatível, contraditório mesmo, pensam muitos... mas a verdade é que não, porque é com essas diferenças todas juntas, com a sua aceitação, respeito, compreensão e aprendizagem através das mesmas nós conseguimos viver melhor numa sociedade integrante. Quantas mais forem as diferenças mais serão os valores por nós adquiridos através delas, maior será a nossa capacidade de aprender e interiorizar o conceito de justiça.
O problema não está nas diferenças entre cada um de nós mas sim na incapacidade que, muitas  vezes temos, em torná-las semelhanças.

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