quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013



          A Sabedoria e as suas Facções!
 Muita gente tem uma nova sabedoria, também chamada uma opinião apaixonada, de que, para um príncipe governar o seu Estado, ou para uma alta personalidade conduzir os seus processos, a principal parte da habilidade consiste em obter a concordância das facções. Quando, pelo contrário, a principal sabedoria está em ordenar as coisas que são de interesse geral, e acerca das quais os homens das diversas facções nunca concordam, ou em resolvê-las mediante consulta privativa a cada pessoa. Não digo, porém, que a consideração das facções seja para desprezar. Os homens fracos devem aderir, mas os grandes homens, que têm valor por si próprios, farão melhor em manterem-se indiferentes ou neutrais perante as facções; todavia, até mesmo para os principiantes, o melhor caminho que lhes é dado é o de aderirem tão moderadamente quanto possível a uma facção para serem tolerados pela outra.
A facção menos numerosa e mais fraca é a mais firme na sua condição. Quando uma facção se extingue, o remanescente subdivide-se, o que é bom para a outra. Observa-se geralmente que muitos homens, uma vez bem colocados, passam para a facção contrária daquela em que haviam entrado. O traidor à sua facção geralmente progride com tal ato, porque quando os negócios permanecem demais em equilíbrio, o peso de alguns homens faz oscilar a balança, pelo que eles ganham todos os agradecimentos.

Existem mil e uma formas de coragem, desde a mais espectacular à mais discreta. Há a coragem do momento e a coragem de uma vida inteira, a coragem de ousar e a coragem de renunciar, a coragem de falar e a de calar e por aí adiante. Seja como for ou tenha a forma que tiver, a coragem é sempre a força da alma que se revela (e nos revela) na adversidade, todos os testemunhos de coragem impressionam justamente por mostrarem que não se trata de uma ausência de medo mas de uma capacidade de agir perante as dificuldades. Quem é o mais corajoso? O que escala sozinho o Everest, o que se atira de um avião em queda livre ou aquele que fala verdade? A coragem autêntica pressupõe sempre a superação de medos e uma vontade lúcida de vencer obstáculos. Aliás quem descarta os medos não é corajoso, é inconsciente. Há muita coragem em quem aposta em ser consequente e viver uma vida coerente, assim como é corajoso o que fisicamente se transcende ou aquele que, no dia-a-dia, segue em frente apesar das tentações de desânimo.

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